Cava subaquática

Projeto realizado para limpar o canal de Piaçaguera, na Baixada Santista.

Após o capeamento (fechamento) da cava, em 2020, os indicadores ambientais evidenciam o sucesso dessa iniciativa.

Desmitificando a cava subaquática

A cava subaquática, método e legado para gerações futuras

Cavas subaquáticas consistem em um método de disposição de sedimentos. Cria-se uma área submersa em um local seguro, com pouca correnteza e distante da praia, onde são confinados sedimentos que antes estavam dispostos na corrente marinha. Esse método chamado de dragagem ambiental é reconhecido internacionalmente e utilizado com sucesso em países como Austrália, Estados Unidos, Espanha, Holanda, Noruega, Reino Unido e Hong Kong, além do Rio de Janeiro e Santos, no Brasil.

No Canal de Piaçaguera, na Baixada Santista, o capeamento (fechamento) da cava, realizado em 2020, concluiu um trabalho de limpeza do canal, com a retirada do material contaminante do leito e, posteriormente, com a disposição segura do mesmo, em conformidade com a legislação ambiental. A cava possui uma área de 180 mil m², 480 metros de diâmetro e profundidade de 22 metros (abaixo do subsolo).

O monitoramento feito um ano após o fechamento da cava mostrou a continuidade do cenário de boa qualidade. Ainda, com base nesse levantamento, entende-se que a área da cava está sendo gradativamente reincorporada ao ambiente e aos níveis recentemente alcançados de qualidade ambiental na região do canal de Piaçaguera. O habitat oferece alimento a manutenção da avifauna local de grande riqueza. O canal após a dragagem ambiental tem sedimentos de boa qualidade, resguardando ótimas condições ao desenvolvimento da biota aquática. Todos os dados são reportados ao órgão licenciador.

Como funciona o processo de dragagem

Etapas da dragagem no Canal de Piaçaguera

A dragagem do Canal de Piaçaguera teve várias etapas até a sua conclusão. Foram seguidas as diretrizes estabelecidas pela legislação ambiental aplicável. O trabalho envolveu mais de uma década de estudos e a participação de mais de 50 especialistas do Brasil e exterior. Após a avaliação de 16 alternativas, o processo considerou a criação da cava, a dragagem do canal com o preenchimento da cava e por fim o seu fechamento (capeamento), esse último concluído em 2020.

  • Foi aberta uma cava submersa em um local preservado de corrente e distante da praia. O material de boa qualidade ambiental retirado foi depositado no mar, em um Polígono de Disposição Oceânica (PDO);

  • Foi feita a dragagem por sucção dos sedimentos do fundo do canal;

  • Os sedimentos retirados foram depositados na cava;

  • Durante o processo acima, a cava foi isolada;

  • A cava foi coberta com material de boa qualidade ambiental (1,8 m de espessura) e os sedimentos ficaram confinados eliminando o risco de dispersão.

Por que a cava subaquática?

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Anos de planejamento

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Especialistas envolvidos

No caso do Canal de Piaçaguera, a escolha do método de dragagem ambiental com a cava submersa foi amplamente discutida com a Cetesb durante o licenciamento do projeto e definido com base em avaliações de entidades nacionais e internacionais sobre o tema.

Outros dois aspectos também foram importantes: não havia no local escolhido sedimentos contaminados e a área é abrigada e protegida de correntes, o que assegura que os sedimentos ficarão no local e não correrão riscos de serem espalhados.

Excelentes indicadores ambientais

  • Em monitoramento de setembro de 2021 ficou constatada a continuidade do cenário de boa qualidade dos sedimentos superficiais registrados na 1ª campanha após o capeamento em setembro de 2020.

  • Ficou demonstrada a continuidade do ganho ambiental evidenciado após o capeamento da cava, em 2020, de maneira satisfatória, seguindo todas as exigências estabelecidas pela Cetesb, ao longo do processo de licenciamento.

  • Ainda com base nos resultados de monitoramento da qualidade (HPA) nos sedimentos superficiais, entende-se que a área da cava está sendo gradativamente reincorporada ao ambiente e, por conseguinte, aos níveis recentemente alcançados de qualidade ambiental na região do Canal de Piaçaguera.

Monitoramento de água superficial ao redor do canal
● 60 campanhas realizadas
● 49.488 resultados analíticos gerados
Monitoramento pescado (análises químicas em tecidos)
● 9 campanhas realizadas
● 7.768 resultados analíticos gerados
Monitoramento de sedimento ao redor do canal
● 35 campanhas realizadas
● 19.250 resultados analíticos gerados
Monitoramento de avifauna aquática
● 43 campanhas de acompanhamento
● 88.597 avistamentos
Monitoramento de sedimento manguezal adjacente
● 12 campanhas realizadas
● 3.960 resultados analíticos gerados

Dados registrados até maio de 2021.

Linha do Tempo

  • 2017 – Fase principal de dragagem concluída com a retirada do maior volume dos sedimentos contaminados que até então estavam expostos no leito do canal;

  • 2018 – Continuidade do processo de limpeza ambiental do Canal de Piaçaguera;

  • 2019 – Fase de decantação e processo de conclusão da Cava, com manutenção do monitoramento permanente para demonstrar a integridade da cava;

  • 2020 – Encerramento da obra com o capeamento (fechamento) da cava.

Desde sua fase inicial, relatórios e análises ambientais atestaram que o procedimento estava dentro de apurados parâmetros de segurança, sem apresentar qualquer risco ambiental.

Área da cava

– Cerca de 180 mil m²

– Diâmetro de 480 metros

– Profundidade de 22 metros (abaixo do subsolo).

Volume dragado ao final da obra

Cerca de 2,8 milhões de metros cúbicos de
material.

Diferenciais da dragagem

A tecnologia adotada na dragagem chama-se Clean-Up (limpeza, em inglês). Trata-se da retirada de sedimentos, que são levados a uma área confinada e passam a ficar isolados sem contato com o meio ambiente.

O estudo de viabilidade foi feito com apoio de órgãos ambientais, entidades e especialistas por mais de 10 anos.

A área foi escolhida e aprovada pela autoridade ambiental por causa de dois aspectos importantes: ela não continha sedimentos contaminados e é uma área abrigada e protegida de correntes, o que assegura que os sedimentos ficarão no local e não correrão riscos de serem espalhados.

Testes técnicos comprovaram que a área é segura até mesmo em casos de cenários extremos de ventos e vazões de maré.

O monitoramento de todas as etapas do processo por meio de controles ambientais (de água, de sedimentos e fauna) é permanente.

Na mídia

Cava subaquática não pode ser comparada a Brumadinho, diz diretor de Avaliação de Impacto Ambiental

Santa Portal | 20/10/21

À CPI das Cavas, técnico da Cetesb diz que obra foi regular e não oferece riscos

Diário do Litoral | 13/10/21

Na Alesp, técnico da Cetesb diz que obra da Cava Subaquática foi regular

Santa Portal | 13/10/21

Programa especial da Cetesb debate o licenciamento da dragagem do Canal de Piaçaguera

Portal da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo | 25/09/2020

Cava submersa no canal de Cubatão recupera ecossistema regional

Portal Povo de Cubatão | 02/02/2019

Cetesb garante: cava subaquática não oferece risco

A Tribuna | 29/01/2019

Perguntas Frequentes

O que é uma cava subaquática?

A célula subaquática de disposição (CAD ou cava) é uma estrutura totalmente submersa, em forma de cone. Ela foi projetada para receber e confinar os sedimentos dragados do Canal de Piaçaguera que estavam na região há décadas. Após o acondicionamento dos sedimentos, a cava foi coberta com material adequado, como uma espécie de tampa. Os sedimentos, desde então, estão isolados definitivamente, sem contato com o meio externo.

Por que foi necessária a implantação da cava naquela região?

A implantação da cava foi o método adotado após anos de estudos e validação do órgão regulador para alcançarmos dois objetivos: a navegabilidade das embarcações no canal, impulsionando a atividade portuária e o gerenciamento do passivo ambiental de Piaçaguera. A obra, além de não gerar novos passivos, concilia a disposição do material com a recuperação ambiental dessa área.

O que é exatamente esse passivo ambiental do Canal de Piaçaguera?

São sedimentos que sofreram alteração em função do crescimento urbano e industrial das décadas passadas, quando ainda não existia no Brasil conscientização, controles e legislação ambiental adequados. Na década de 1980, até mesmo as águas do Rio Pinheiros acabavam contaminando o canal. Uma realidade muito diferente da atual em que os efluentes líquidos das indústrias da região são controlados e monitorados pela autoridade ambiental. Hoje, o cenário em Cubatão é totalmente diferente e a cidade é considerada um exemplo de recuperação ambiental pela ONU. A cava concilia a disposição do material com a recuperação ambiental dessa área.

Qual é o risco desse passivo ambiental para seres humanos, fauna e flora da região?

É importante esclarecer que a cava submersa não representa qualquer possibilidade de contaminação por contato direto com o ecossistema aquático, seres humanos, fauna e flora da região. Os monitoramentos, que não apresentam nenhuma anomalia desde então, são realizados de maneira permanente.

O projeto foi autorizado pelos órgãos responsáveis?

O método de confinamento de sedimentos em célula subaquática de disposição (cava) foi indicado e aprovado pelos órgãos ambientais. O processo adotado é reconhecido internacionalmente, apresenta todos os critérios exigidos e está sob o monitoramento constante da companhia e dos órgãos competentes.

Por qual razão a cava foi colocada naquele ponto?

O estudo para viabilizar a dragagem do Canal de Piaçaguera foi feito com apoio de órgãos ambientais, entidades e especialistas durante anos. A área escolhida e aprovada pela autoridade ambiental (Cetesb), por causa de dois aspectos importantes: a ausência de sedimentos contaminados no local e o fato de a área abrigada ser protegida de correntes, o que assegura que os sedimentos ficarão no local e não serão espalhados. Além disso, a área não faz parte do trecho navegável do canal. Testes técnicos revelaram que a área se mostra segura até mesmo em casos de cenários extremos de ventos e vazões de maré. Todas as etapas do processo foram monitoradas por meio de controles ambientais (de água, de sedimentos e fauna). Esse monitoramento é permanente.

Não há risco de vazamento ou de qualquer outro incidente, a exemplo do que aconteceu em Brumadinho?

Não há nenhuma relação entre as obras. São métodos de construção e estruturas diferentes. A comparação é indevida, bem como especulações dessa natureza. Os sedimentos depositados na cava estão confinados e seguros. Não há risco de vazamento ou de qualquer outro incidente. A qualidade da água, dos sedimentos e a avifauna da região são monitorados permanentemente. Todos os indicadores levantados não apontam nenhum dano ao ecossistema e os relatórios são compartilhados com a autoridade ambiental. Esse confinamento permite controlar os resíduos que antes estavam soltos no canal e agora estão confinados.